Mais um passo importante foi dado pela Associação de Coletores e Coletores de Castanha do Brasil do PA Juruena (ACCPAJ), no município de Cotriguaçu, região Noroeste de Mato Grosso. É que chegaram as máquinas de beneficiamento das castanhas, que irão projetar ainda mais o trabalho desses extrativistas, que já é referência nacional.
“A aquisição desses equipamentos é um passo muito importante para o crescimento da associação, que é o beneficiamento da castanha coletada. Ela vai poder ser colocada no mercado com qualidade e ao mesmo tempo valorizar o trabalho dos extrativistas, primando pela permanência da floresta em pé”, destaca
vana Ibes Fuhr , atual coordenadora do projeto Cutiando – “Castanha e sustentabilidade na região noroeste Mato Grosso”.
AUMENTO DA RENDA
O beneficiamento citado por ela é um processo de desidratação, seleção e embalo à vácuo das castanhas descascadas para a comercialização no mercado. Ela explica que isso irá aumentar exponencialmente o valor do quilo da castanha, que atualmente é comercializado entre 6 e 8 reais pela associação.
Com o produto industrializado pelos próprios coletores, a amêndoa será comercializada na faixa dos 30 a 50 reais o quilo. Em algumas situações, dependendo da safra, esse valor pode chegar a 150 reais.
EQUIPAMENTOS
Entre os equipamentos adquiridos, estão a autoclave, os secadores e o peneirão para a pré-limpeza das amêndoas. Eles serão instalados no barracão de beneficiamento da ACCPAJ, que foi adquirido por um projeto do Instituto Centro de Vida (ICV). Já a compra do maquinário foi realizada pelo Programa REM Mato Grosso, através do projeto Cutiando, da ACCPAJ.
As obras para instalar as máquinas no barracão já começaram. No local, estão sendo feitos fossos de fundações no terreno para instalar o maquinário. Também está sendo negociada com a concessionária de energia, a instalação de luz elétrica no local, que é um pouco mais afastado da zona urbana de Cotriguaçu.
“As fundações estão bem avançadas, já passou de 60%. Também tem os fossos que são para receber os equipamentos. Tem elevadores, ligados com correias, que vão entrar dentro dos fossos, e a castanha entra nesse processo, até chegar ao descascamento. Depois das fundações e dos fossos, a gente vai esperar o pessoal [empresa contratada] que vai montar os equipamentos. Em seguida vamos ter cursos de capacitação para poder operar esse maquinário”, detalha Jorge , ao acrescentar que a previsão é que tudo esteja operando até o final deste ano.
INVESTIMENTOS
Ao todo, o REM MT está destinando cerca de R$ 1 milhão para desenvolver as ações do projeto, que além da compra do maquinário envolve a instalação dos mesmos e treinamento dos extrativistas para manuseá-los.
Silvana acrescenta ainda que todo esse processo será muito benéfico para economia do município de Cotriguaçu, que agora contará com uma indústria de beneficiamento de castanha. “Isso tem um grande potencial de geração de renda e emprego para centenas de famílias da região”.
Por Marcio Camilo
edição: Mariana Vianna