Preocupado com o desenvolvimento e as dificuldades dos produtores rurais, o Programa REM MT percorreu mais de 800 km, para se encontrar com diversos representantes de projetos das cadeias da sociobiodiversidade e da pecuária de Alta Floresta e região. A mudança de rotina permitiu uma intensa troca de experiências buscando construir estratégias regionais para ampliar a sinergia entre as organizações e potencializar os resultados dos projetos financiados pelo REM MT.
Reunidos no Retiro dos Padres, participaram da roda de conversa representantes do Instituto Ouro Verde (IOV), Rede de Sementes do Portal da Amazônia, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
No local sacro, eles puderam expor suas preocupações referentes à produção local de Alta Floresta. Entre os pontos críticos, estão os modelos de produção, logística e outras estruturas básicas para o escoamento da produção das cadeias ainda em formação, o êxodo rural das famílias produtoras, a concepção da atividade da pecuária, tecnologias sociais e comunicação comunitária.
Débora trabalha na cadeia de sementes e cita as dificuldades que vivencia no meio (Foto: REM MT)
A bióloga e presidente da Coopersaf, Débora Fiameti, também faz parte da Rede de Sementes do Portal da Amazônia. Ela observa que trabalhar com sementes requer um alto investimento, mas que nem sempre recebe apoio.
“A cadeia de sementes tem um custo operacional muito alto, então a gente se encontrou aqui com instituições municipais. Vejo como essas instituições podem atuar para fortalecer essas ações locais, estaduais”, relata Débora.
Caixa de ideias
Mas, não é só de dificuldades vivem os produtores. A reunião também elencou uma série de soluções, uma verdadeira caixa de ideias para as pautas tratadas.
Dentre elas, estão: desenvolver estudos sobre espécies nativas em modelos de produção e rentabilidade; divulgar resultados para os técnicos e modernizar a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER); ampliar projetos voltados para jovens no campo, trazendo crédito e apoio para comercializar; incentivar tecnologias de captação de água e muito mais.
Coordenadora geral do REM MT, Ligia Vendramim apresentou os principais pontos do programa (Foto: REM MT)
Para a coordenadora geral do Programa REM MT, Ligia Vendramin, a proposta da reunião era justamente aproximar o programa de seus beneficiários.
Portanto, o programa foi apresentado aos participantes, para tirar dúvidas e reforçar esse elo. “O REM MT se preocupa em entender e, principalmente, fortalecer as etapas do desenvolvimento dos projetos, para que as cadeias de valor cresçam e a floresta continue em pé”, conta a coordenadora.
Segundo Débora, o encontro foi muito próspero em reforçar os laços entre as instituições.
“Eu vejo como um espaço de oportunizar esse diálogo entre as cooperativas, essas associações que atuam na parte ambiental. Dentro da cadeia de sementes florestais, olhando para o que a gente debateu, de como a gente pode inter relacionar essas cadeias e ver como essas cadeias podem conversar entre si, para avançar nas questões relacionadas à restauração de passivos ambientais”, observa.
O encontro com o REM MT foi primordial para fortalecer os diálogos.
“As cooperativas estão gerindo esse recurso, que chega como apoio às ações que executam no campo, fortalecendo esses grupos. É um passo super importante, acho que tem que continuar esse apoio para estruturar a cadeia”, pontua.