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A nova forma de desmatar dos criminosos ambientais é tema de seminário inédito organizado pelo REM MT

Um cenário que destoa do verde exuberante e das extensas águas do Pantanal: ao sobrevoar uma fazenda, árvores de caules brancos e sem folhas formavam uma triste paisagem, graças aos criminosos ambientais. Cada vez mais eles têm usado de um agrotóxico com função desfolhante para desmatar, aponta a investigação da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) na Operação Cordilheira, que foi tema do Seminário Políticas Públicas Inovadoras, promovido pelo Programa REM  MT. 

Nos dias 10 e 11 de outubro, o combate ao desmatamento ilegal em Mato Grosso ganhou novas soluções e estratégias, após os principais especialistas trazerem cases de sucesso para o seminário, que ocorreu no Hotel Delmond, em Cuiabá.

Para a coordenadora do Subprograma Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes (Fippe), Francieli Nascimento, o evento propõe novas estratégias para serem implementadas na Fase 2 do Programa REM MT, visando a fiscalização e combate ao desmatamento ilegal. 

“Estamos na segunda etapa de discussão da fase 2, onde promovemos este evento trazendo palestrantes de outros órgãos estaduais, como no caso das SEMA-PA, Ibama a nível nacional e demais palestrantes, que estão trazendo casos de sucesso que foram implementados fora de Mato Grosso, podendo inspirar os parceiros a também implementar aqui no estado”, pontua Francieli.

OPERAÇÃO CORDILHEIRA

Um dos destaques do evento foi o debate sobre a Operação Cordilheira, que investigou uma nova forma de desmatar dos criminosos ambientais. O operação, deflagrada pela Polícia Civil, ocorreu em conjunto com o Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Poder Judiciário.

A delegada da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), Liliane Murata falou sobre a investigação, que começou em 2022, após uma denúncia de que um imóvel no Pantanal estaria utilizando agrotóxico, o que é proibido por lei. 

As propriedades rurais situadas no Pantanal Mato-grossense não podem fazer uso de agrotóxico para que não destrua a flora e fauna do bioma.

“Era uma área muito extensa, de aproximadamente 138 mil hectares, com a utilização já comprovada de 4 produtos, e agora estamos na fase de finalização”, fala Liliane, sobre o cenário desolador que os policiais encontraram.

A princípio, os fiscais pensaram que se tratava de um desmatamento por fogo, já que os caules das árvores estavam esbranquiçados e sem folhas nas copas. Porém, diversos fatores indicavam que se tratava de um outro tipo de desmatamento, pois ainda tinham raízes. 

Ela relata que os criminosos ambientais têm usado cada vez mais do agrotóxico com ação desfolhante, por conta da facilidade do seu uso, além de tentar “disfarçar” o desmatamento ilegal. 

O uso de agrotóxicos de ação desfolhante no contexto do desmatamento ilegal é uma prática extremamente prejudicial ao meio ambiente e à biodiversidade. O desmatamento ilegal refere-se à derrubada de florestas ou vegetação nativa sem a devida autorização ou em violação das leis ambientais. Quando agrotóxicos de ação desfolhante são utilizados nesse cenário, a situação se agrava ainda mais.

“Tem havido uma prática maior do uso de agrotóxico ultimamente pela facilidade, agora tem até por drone. Então, com certeza essa utilização vai aumentar, mas o importante é que todos os órgãos de fiscalização e combate estejam atentos e consigam agir de forma rápida, na detecção desses produtos, que é a grande dificuldade: identificar qual é o agrotóxico usado na vegetação”, conta Liliane.

Com a reinvenção do crime, as forças tarefas de combate aos ilícitos ambientais estão se capacitando para aumentar a fiscalização. “O pessoal tem muito tempo para pensar de que formas vão agir, mas a polícia, a fiscalização, eles estão todos muito atentos de uma forma de agir, buscando estar sempre se qualificando, com aparelhos também, de formas humanas e técnicas”, alerta.

Também fizeram parte do seminário:

– O secretário executivo da Sema-MT, Alex Marega, para falar sobre o PPCDIF/MT e estratégias inovadoras;
– A Assessora Técnica do Comitê de Monitoramento e Planejamento Estratégico para Fiscalização (CFISC) da SEMA-PA, Andrea Coelho, para falar sobre Selo Verde e monitoramento ambiental;
– A coordenadora-Geral de Fiscalização IBAMA, Carolina Bastos, para falar sobre Casos inovadores e de sucesso do IBAMA nacional;
–  A Técnica em Gestão de Meio Ambiente da Assessoria Especial de Inteligência e Segurança Corporativa (AISC) da SEMA-PA, Hellem Cristina Teixeira Rodrigues, para falar sobre inteligência ambiental. 

– Auditor Fiscal Federal Agropecuario do MAPA, Marcelo Bressan, para falar do uso de agrotóxicos em desmatamento

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