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Capacitação promovida pelo REM MT amplia horizontes de produções para organizações indígenas

Preservar a história e ampliar horizontes de conhecimento. Esses foram os maiores aprendizados adquiridos em uma semana de Oficina de Gestão de Projetos, promovida pelo Programa REM MT. Ao todo, 30 lideranças indígenas de 21 etnias mato-grossenses se capacitaram para elaborar e gerir projetos, além de fortalecer suas cadeias de valor e conquistar protagonismo.

capacitação indígenasVários recursos foram utilizados para facilitar o aprendizado (Foto: REM MT) 

Em parceria com a consultoria Remar (Remando Junto Com os Povos e Comunidades Tradicionais), uma série de atividades foram desenvolvidas, como a criação de cartilha de gestão, dinâmicas em grupo e mapeamento dos territórios. 

O mapeamento, por exemplo, trouxe uma nova perspectiva para Valdemilson Ariabo. Ele conta que o carro-chefe de produção do povo Balatiponé é o artesanato e a pesca artesanal. Vivendo em Barra do Bugres, a oficina foi importante para ampliar horizontes e entender novas possibilidades de produção e geração de renda.


Do povo Balatiponé, Valdemilson conheceu novas formas de entender os recursos do seu território (Foto: REM MT)

Em contato com outras organizações indígenas, Valdemilson pode trocar experiências.

“Desde a produção de tudo que existe ali, na questão dos recursos naturais, a própria água, à questão da floresta, fauna e social também do próprio povo. Ver as potencialidades e a viabilidade de tudo que existe ali dentro”, conta Valdemilson.

A partir da produção do mapeamento, Valdemilson teve uma dimensão de como aproveitar da forma mais ecológica os recursos do território em que vive.

“Uma das coisas que eu nunca tinha visto e participado é a questão do mapeamento, que é feito em tempo real, a partir de um aplicativo. Você consegue mapear o território, fazer um levantamento, um diagnóstico bem amplo de toda a potencialidade do território, de todas essas cadeias oferecidas por todo o território”, relata sobre a novidade.

Com o elevado número de projetos submetidos por instituições indígenas, mas escritos e geridos por instituições não-indígenas, a capacitação em elaboração e gestão de projetos surgiu como uma necessidade demandada por meio da Governança do Subprograma, explica o coordenador do Subprograma de Territórios Indígenas, Marcos Ferreira. 

capacitação indígenas
Coordenador do Subprograma de Territórios Indígenas, Marcos Ferreira (Foto: REM MT)

“Dessa forma a realização de uma capacitação com este tema pretende fortalecer as organizações ou associações beneficiárias do Subprograma Territórios Indígenas do Programa REM-MT.  Este curso deverá abordar, o ciclo do projeto, o marco lógico, os componentes específicos que integram a formulação de uma proposta técnica, as orientações para a operacionalização administrativa e financeira, a comunicação e sua interação com os parceiros, sendo esses aspectos considerados relevantes para o trabalho a ser realizado”, pontua o coordenador.

Desafios superados


Jaqueline foi uma das facilitadoras da oficina (Foto: Arquivo Pessoal)

A bióloga e assessora técnica em projeto, Jaqueline Sicupira, explica que as organizações puderam entender o que é um projeto socioambiental, como realizar um diagnóstico participativo para identificar problemas e demandas da comunidade, bem como como funciona o ciclo de vida de um projeto, os documentos necessários da associação para concorrer um edital e muito mais.

Sendo uma das facilitadoras do curso, ela explica que a maior dificuldade estava no aprendizado sobre a elaboração de projetos. No entanto, com a integração entre os participantes e o compartilhamento de experiências, as dificuldades foram vencidas.


Participantes desenvolveram várias atividades em grupo, proporcionando trocas de experiências (Foto: REM MT) 

“Quando as pessoas compartilham suas experiências em projetos e associativismo, elas podem aprender umas com as outras sobre as melhores práticas, superar desafios e como evitar erros comuns nos projetos geridos por associações comunitárias”, comenta. 

Por conta da rica diversidade, outro desafio também foi a adequação de linguagem. “Afinal, são participantes com línguas maternas diferentes e que demandaram adequar a diferentes formações e experiências”. 

Nos módulos, para manter a chama dos participantes acesa, foi estimulado a continuidade e contato com outros participantes, por meio de atividades online. 

“A produção do contexto e justificativa a partir dos trabalhos em grupos foi um resultado importante, pois permitiu uma abordagem mais colaborativa e participativa na elaboração de um projeto e o exercício prático”, avalia. 

A oficina

Este foi apenas o primeiro módulo da oficina. A programação segue com o segundo módulo, marcado para o dia 25 de maio até 2 de junho. O terceiro e último módulo foi agendado para 26 a 30 de junho.

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