O compromisso com a manutenção da floresta em pé e o bem viver das comunidades tradicionais, povos indígenas e agricultores familiares não tem fronteiras, e para trocar experiências sobre os resultados positivos obtidos com a conservação ambiental, o Programa REM MT fez um intercâmbio e se deslocou até a cidade de Leticia, na Colômbia, para estreitar a parceria com os colegas colombianos, equatorianos e acreanos, que juntos somam esforços na defesa do meio ambiente.
O principal objetivo do REM é promover a proteção do clima por meio da conservação das florestas alinhado à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. A iniciativa, financiada pelos governos da Alemanha, Reino Unido e Noruega (no caso do Equador), proporcionou que pela primeira vez, o Programa REM Mato Grosso se reunisse com os REMs Acre, Colômbia e Equador, com o objetivo de discutir os sucessos e desafios na execução dos quatro Programas.
O reunião organizada pelo KfW, GIZ e pelo Departamento de Segurança Energética e Emissões Zero do Reino Unido,possibilitou o encontro de atores-chave das quatro Iniciativas Jurisdicionais que estão perto de ser concluída ou que concluíram a primeira fase do programa REM, razão pela qual o espaço foi aberto para o diálogo e colaboração sobre as melhores práticas e estratégias para execução mais assertiva do Programa.
Equipe do Programa REM MT
O Programa REDD+ Early Movers (Programa REM) é uma iniciativa que reconhece e recompensa os países e regiões que tomaram medidas preventivas e significativas para reduzir o desmatamento e a degradação florestal, mesmo antes da implementação completa dos mecanismos de REDD+.
Ele permite que essas “ações preventivas” sejam compensadas pelos resultados positivos alcançados em termos de redução das emissões de carbono resultantes da conservação florestal.
No caso de Mato Grosso, o estado reduziu o desmatamento em 90% em 10 anos – entre 2004 e 2014. Como recompensa, o governo da Alemanha e Reino Unido investiu R$ 247 milhões para ações em prol da redução da emissão de gases de efeito estufa.
O programa foi dividido em 4 subprogramas: Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPTC), Territórios Indígenas (TI), Produção, Inovação e Mercado Sustentáveis (PIMs) e Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes (FIPPE).
Povo Tikuna da Colômbia.
Estes recursos beneficiaram 144 organizações sociais, como associações ou cooperativas. Entre os contemplados estão 603 aldeias, onde vivem 40 povos indígenas. No total, 107 municípios mato-grossenses foram atendidos. E em razão deste resultado, os governos da Alemanha e Reino Unido assinaram a Segunda Fase do programa em Mato Grosso.
Para a coordenadora geral do REM MT, Ligia Vendramin, o encontro dos programas foi uma estratégia eficaz para tornar mais eficaz a manutenção da floresta em pé.
“Ao integrar nossos programas, poderemos otimizar o uso dos recursos e desenvolver soluções mais abrangentes e eficazes. Além disso, a colaboração entre as equipes de todos os programas REM permite o intercâmbio de ideias inovadoras e sinergias que beneficiarão a todos os envolvidos”, disse Lígia.
Para o coordenador do Subprograma Territórios Indígenas do REM MT, Marcos Ferreira, a experiência foi um marco na história de todos os Programas REM. “Conhecer e entender as formas como foram concebidos e implantados os outros programas, assim como compartilhar as especificidades do REM MT, colabora para que todos os operadores tenham mais ferramentas de adaptações para o sucesso do mesmo”, garante Marcos.