1. Home
  2. »
  3. Notícias
  4. »
  5. No radar do monitor de desmatamento, Mato Grosso obtém melhor resposta de fiscalização do país

Notícias

No radar do monitor de desmatamento, Mato Grosso obtém melhor resposta de fiscalização do país

Dados do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, coletados desde janeiro de 2019, demonstram que Mato Grosso foi o estado com melhor resposta de fiscalização de desmatamento ilegal do país. Conforme o levantamento, 45,5% do desmate ilegal resultou em alguma ação, seja com multas, embargos ou fiscalização em campo.

O Monitor da Fiscalização do Desmatamento é uma iniciativa do MapBiomas, liderada pelas equipes do Instituto Centro de Vida (ICV) e Brasil.IO, que recolhe e organiza informações sobre autorizações de desmatamento, autuações e embargos emitidos pelos órgãos ambientais federais e estaduais.

Segundo a coordenadora do programa do ICV, Ana Paula Valdiones, o intuito da análise é monitorar o quanto do desmatamento verificado foi autorizado ou teve ações de fiscalização pelo poder público.

Ana Paula Valdione, do ICV, fala dos resultados de Mato Grosso no monitoramento (Foto: Reprodução)

“Nosso objetivo é compreender quanto do desmatamento ilegal teve ação dos órgãos competentes. Esse trabalho depende diretamente da transparência de bases de autos de infração, embargos e autorizações de desmatamento pelos órgãos públicos”, afirma.

Desde 2019, 16.632 alertas de desmatamento foram emitidos. Destes, 45,5% tiveram algum alerta com medida de fiscalização. Outros 10.862 casos com indício de ilegalidade não tiveram ação.

(Foto: MapBiomas)

“O monitor da fiscalização do desmatamento coleta e organiza dados públicos de autorizações de desmatamento e ações de fiscalização dos órgãos e sistemas federais e estaduais, e faz um cruzamento espacial com os dados de alertas de desmatamento validados pelo MapBiomas”, explica Ana Paula sobre como funciona o monitoramento. 

Ainda segundo os dados, 685 dos alertas de desmatamento estavam com autorização, 2.579 tiveram infração, 4.634 foram embargadas e 76 com desembargo. 

A nível nacional, o levantamento aponta que mais de 97% dos alertas de desmatamento no Brasil não possuem registro de policiamento desde janeiro de 2019.

“Os dados de fiscalização de Mato Grosso mostram o aumento das ações de fiscalização nos anos recentes. E no monitor, Mato Grosso é um dos estados com o maior percentual de área de desmatamento com incidência de autorização ou ação, chegando a 62% do total da área dos alertas publicados entre 2019 e 2022”, comenta sobre os resultados positivos.

Resultado positivo em Mato Grosso


Em 2021, Mato Grosso é o terceiro no ranking de desmatamento da floresta amazônica, segundo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) (Foto: Gcom-MT/Mayke Toscano)

Mato Grosso sempre esteve no radar como um dos estados com piores índices de desmatamento, justamente por possuir 3 dos principais biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado e Amazônia.

Portanto, Ana Paula ressalta a colaboração da transparência de dados e informações sobre os crimes ambientais, para que seja possível pensar e colocar em prática ações para diminuir esses números. 

“Esse trabalho depende diretamente da transparência de bases de autos de infração, embargos e autorizações de desmatamento pelos órgãos públicos. Mato Grosso é um dos estados que mantém esses dados disponíveis à sociedade com qualidade, sendo possível o uso dessa informação em nossas análises”, pontua.

A coordenadora do subprograma Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes (Fippe), Francieli Nascimento, ressalta que capacitar e incluir mais fiscais também ajudará a elevar os resultados positivos. 

“O REM, ao longo dos 4 anos de Programa tem fornecido os mais variados equipamentos e tecnologias. Porém, há necessidade da Fiscalização ser potencializada além das possibilidades do REM, como o aumento de efetivo de Fiscais. 

Apoiando a fiscalização

Iniciativas como o Programa REM MT, por exemplo, ajudam a fortalecer instituições que atuam na prevenção e combate ao desmatamento e incêndios florestais do Estado e na consolidação do sistema de REDD+. 

Essa estruturação se deu, entre outras ações, por meio da remoção do maquinário utilizado ilegalmente no desmatamento, do monitoramento do desmatamento via satélite e do fornecimento de diárias e equipamentos às equipes de campo que fiscalizam os ilícitos ambientais, detalha Francieli.

“Resultados como este apontado pelo MapBiomas entusiasmam ao ver o resultado do esforço dos Fiscais e gestão governamental, com o apoio do REM, se destacar nacionalmente. Entretanto o desafio é grande ainda, sendo que na segunda fase do REM, pretende-se concentrar esforços nas etapas lacuna do combate ao desmatamento, como o cumprimento efetivo dos embargos, por exemplo”, comenta.  

A fiscalização, bem como ações de reparação do dano ambiental, são imprescindíveis para que o estado continue otimista com a preservação do meio ambiente. 

“A fiscalização é uma ação importante no combate ao desmatamento, sendo que o aumento dos esforços são essenciais para a redução da ilegalidade. Contudo, é essencial que haja a responsabilização célere e efetiva dos infratores, com o pagamento das multas, o cumprimento dos embargos e a reparação do dano ambiental causado”, complementa Ana Paula.

Compartilhe