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SEMEAR

11 de September de 2025

Projeto apoiado pelo Programa REM MT impulsiona produção de sementes e promove práticas de conservação em 17 municípios de Mato Grosso

Iniciativa fortalece o trabalho de diversas comunidades que atuam na coleta de sementes florestais

A iniciativa fortaleceu a rede de sementes com a atuação coletiva da população - Foto: Arquivo

Com o envolvimento de povos indígenas, agricultores familiares e comunidades urbanas, o projeto “Diversidade socioambiental em Rede: saberes, práticas e conservação nas comunidades do Xingu-Araguaia”, desenvolveu o fortalecimento da coleta de sementes e a recuperação de áreas degradadas. 

A iniciativa recebeu apoio do Programa REM MT e foi executada pela Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX). No total, 24 grupos de coletores participaram das ações, envolvendo seis povos indígenas (Wauja, Matipu, Ikpeng, Kawaiwete, Yudja e Xavante), agricultores familiares de 11 assentamentos, dois Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e grupos urbanos de Canarana e Nova Xavantina.

Casa de Sementes construída com recursos do projeto, localizada em Porto Alegre do Norte – Foto: Arquivo

AÇÕES E RESULTADOS

Com o apoio do projeto, a Associação Rede de Sementes do Xingu adquiriu dois barcos equipados com motor para fortalecer a logística de transporte das sementes coletadas no Território Indígena do Xingu. A iniciativa trouxe ganhos significativos para os grupos de coletores, que agora contam com maior segurança, agilidade e conforto no escoamento da produção até a Casa de Sementes. 

Foi realizada a construção da primeira Casa de Sementes da associação, em Porto Alegre do Norte. O espaço foi planejado para oferecer melhores condições de armazenamento, separação e escoamento das sementes florestais, garantindo mais qualidade e eficiência em todo o processo. 

Com a nova estrutura, a ARSX conquistou não apenas autonomia logística e financeira, mas também um local adequado para receber as sementes dos coletores e associados, além de poder ser utilizado para a realização de reuniões, capacitações e atividades com a comunidade.

O projeto viabilizou também a implantação de 3,3 hectares de áreas de restauração em assentamentos rurais e territórios indígenas, criando unidades demonstrativas que servem como referência para coletores e comunidades locais. Nesses espaços, foram utilizadas 63 espécies nativas de diferentes grupos funcionais e, além de recuperar áreas degradadas, a ação promoveu o aprendizado prático sobre técnicas de semeadura em muvuca, manejo de espécies e monitoramento.

Unidades demonstrativas aplicam na prática as técnicas de semeadura em muvuca – Foto: Arquivo

Foram realizadas oficinas de radiografia com grupos coletores, que teve como foco o estudo dos processos e especificidades organizacionais de cada um deles. Essas atividades tiveram a participação de 93 pessoas, sendo 53 mulheres, fortalecendo o protagonismo feminino na cadeia das sementes. Também foi realizado um estudo antropológico com coletores do PDS Bordolândia, valorizando o conhecimento tradicional e reforçando o caráter social da ARSX.

Além dessas ações, foram realizadas também oficinas de capacitação, intercâmbios entre coletores, rodas de conversa sobre gênero e saberes tradicionais, além de um seminário regional sobre agroecologia e restauração, que reuniu mais de 140 participantes em Nova Xavantina.

Para fortalecimento das estratégias de marketing da associação, foi desenvolvido um novo site para a Associação Rede de Sementes do Xingu, com integração de loja virtual e canal de comunicação. Todas essas ações alcançaram 17 municípios de Mato Grosso, incluindo Canarana, Nova Xavantina, Água Boa, Querência, São Félix do Araguaia e Confresa, além dos territórios indígenas do Xingu, Marãiwatsédé e Pimentel Barbosa.

O fortalecimento da rede, com as novas parcerias, as unidades de referência em restauração e a construção de sua primeira Casa de Sementes, representa um passo importante para a continuidade do trabalho e para a consolidação da cadeia da restauração no Xingu e no Araguaia.

Para conhecer mais sobre o projeto e sobre os participantes, confira as cartilhas desenvolvidas durante a iniciativa: Radiografia e Histórias – Grupos de coletores da Rede de Sementes do Xingu  e  Semeando a restauração na Rede de Sementes do Xingu: a muvuca de experiências de coletores e restauradores, ambas disponíveis na biblioteca do site do Programa REM MT

Foram implantados mais de 3 hectares de restauração em assentamentos e territórios indígenas – Foto: Arquivo

CONHEÇA O REM MT

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. 

Na fase I do Programa REM MT, foram apoiados 155 projetos, beneficiando 140 organizações sociais, entre elas, 107 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as mais de 500 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 108 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 39 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022.  

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) .

Por: Por Priscila Soares (REM MT)

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